sábado, 14 de novembro de 2015

Capítulo 21 - Bolha Quebrada

Não existe nada que resista à uma objetiva frase de três letras.
...
Beca segurou a mão de Ian tão forte que fez o rapaz por um instante cerrar os olhos, não por dor, mas tentando encontrar nas feições de Beca o que aquilo significava. Os olhos da garota acumulavam um tanto de lágrimas que se recusavam a correr pela sua face e Ian percebeu naquele momento de que a resposta para a sua proposta era "não".
- Por que Beca? - Perguntou o rapaz incrédulo.
- Eu não sei se algum dia você conseguirá entender o quanto eu te amo, Ian e é por isso que eu preciso te deixar ir. - Respondeu Beca, forçando um sorriso.
- Olha, se alguém te contou sobre ontem, juro que eu não quis nada, me drogaram, Beca, você precisa acreditar em mim. - Retrucou Ian inquieto.
- Te drogaram? - Perguntou Beca surpresa.
- Sim...você não sabia? - Perguntou o rapaz confuso.
- Não, Ian, como poderia? - Perguntou Beca, achando certa graça na confusão do rapaz. - Ian, presta atenção, sou eu quem não pode levar isso adiante e eu preciso que você respeite isso. - Concluiu Beca, voltando a ficar séria.
- Não faz sentido, Beca, você veio antes pra ficarmos juntos e agora está terminando tudo. O que mudou? - Perguntou o rapaz nervoso.
- É complicado, Ian. - Respondeu Beca.
- Tenho certeza que eu consigo entender. - Retrucou Ian se levantando.
- Se eu estivesse aqui ontem, você nunca teria se divertido como se divertiu. - Admitiu Beca enfim.
- O que? Você está mesmo achando que eu não teria me divertido com você? - Perguntou Ian descrente.
- Teria sido diferente, Ian. - Retrucou Beca.
- É claro que teria! Teria sido bem melhor do que ser drogado. Acha mesmo que me diverti, Beca? Foi a pior noite da minha vida, minha cabeça ainda está dolorida. - Respondeu Ian sorrindo.
- Então você não se divertiu ontem? - Perguntou Beca encabulada.
- No começo da noite sim, não vou mentir, mas não durou praticamente nada. Algum engraçadinho colocou alguma coisa na minha bebida e aí eu não lembro de mais nada. - Explicou Ian.
Um pedacinho da bolha protetora de Beca acabara de ser quebrado.
- Eu não quero imaginar que você está perdendo de viver tudo que pode por estar preso a uma...
- Estar com você é liberdade, Maria Rebeca! - Interrompeu Ian, sorrindo ao ver Beca torcer o nariz como sempre fazia quando alguém falava seu nome composto.
E então a bolha se quebrou  mais um bom pedaço, Beca sentia-se por dentro cada vez mais viva. Tudo o que precisamos é que alguém insista em dizer o quanto nos ama, para quebrar nossos paradigmas.
- Maria Rebeca, vou perguntar-lhe uma última vez, você aceitar casar-se comigo e assim poder fazê-la feliz mais que apenas um dia? E me deixar sorrir suas alegrias e me deixar te levar para sentir o vento em seu rosto a cada novo dia, só pra ver seus olhos fecharem em contentamento. Eu poderia passar o resto da noite dizendo como será nossa vida juntos, mas por agora, o que mais quero é o seu sim. - Concluiu Ian, tirando do bolso uma pequena caixinha de veludo preta, tornando a se ajoelhar na frente de Beca e mostrando a linda aliança com uma pedrinha que quase piscava para a garota.
- Sim! - Respondeu Beca.
E por fim a última parte da bolha se quebrara.

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