segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Capítulo 13 - Surpresa!!!

Sim, a vida nos prega peças e esquece de perguntar se gostamos do gênero "surpresa".
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Quando as férias finalmente chegaram, Ian havia planejado uma viagem surpresa, ainda que de classe econômica para Cambridge, Massachussets, onde Beca residia atualmente. Embora demasiado nervoso por ser sua primeira viagem longa de avião e noção zero da língua estrangeira, o rapaz estava deveras animado por finalmente poder rever a amada pessoalmente. O que ele não sabia, é que o destino ao tentar ajudar o casal, promoveria o maior desencontro amoroso de todos os tempos, Beca também havia planejado fazer uma surpresa ao rapaz e desembarcaria no Rio de Janeiro na mesma data que Ian estaria de chegada aos Estados unidos. 
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23 de Dezembro de 2015, 19h45, horário de Whashington.
Ian está com uma mochila de aventureiro pregada em suas costas, olhando a correria dos passageiros desembarcando e abraçando seus familiares, sem fazer ideia de como se quer, perguntar onde pode fazer uma ligação. Tudo o que ele tinha ao seu favor, era um papel com sua letra torta o qual escrevera o endereço de Beca; 
"Boylston St com a Ipswith St 22015"
Ian se quer sabia o que significava aquelas coordenadas, "que endereço mais confuso, por que não pode ser um único nome de rua com o número da casa? Que povo complicado!" "Ok, talvez agora eu deva pedir socorro para a Beca" pensou Ian. A ideia era surpreeender Beca na porta da casa em que estava morando, mas os planos precisariam ser mudados.
Beca estava no Aeroporto Tom Jobim, acompanhada de um profissional da companhia aérea que lhe ajudaria a pegar sua mala na esteira. O aeroporto estava lotado de pessoas chegando de viagem para passar as datas festivas com seus familiares ou amigos. Beca pegou o celular para conferir se havia alguma notificação no mesmo instante em que ele tocou e a foto de Ian aparecera na tela do visor.
- Ian! Adivinha onde eu estou? - Disse Beca com um largo sorriso.
- Eu espero que na sua casa, pra poder me socorrer. - Respondeu Ian.
- Como assim te socorrer? Onde você está? - Perguntou Beca confusa, mas ainda sorrindo.
- Hum...vejamos...aqui no Aeroporto Internacional de Boston, surpresa!!! - Respondeu Ian, nitidamente deslocado.
- Você está de brincadeira, né? - Perguntou Beca boquiaberta.
- Não. E preciso que você venha até aqui me buscar, porque eu nem imagino como explicar para o taxista este seu endereço. - Explicou Ian, olhando novamente para o papel com as coordenadas.
- Ian, eu estou no Rio, eu vim te fazer uma surpresa! - Retrucou Beca ainda sem acreditar no que estava acontecendo.
- Para Beca, é sério, você precisa vir aqui me buscar. - Respondeu Ian, sem acreditar na namorada.
- Ian, eu estou falando muito sério, eu estou saindo da sala de desembarque e pretendia te fazer uma surpresa. - Respondeu Beca pausadamente para que Ian registrasse cada palavra.
Houve um longo silêncio do outro lado da linha...
- Ian? - Chamou Beca uma vez. - Ian, alô, Ian, você ainda está na linha?
- Ahan! - Respondeu Ian abalado. - Beca, eu vou te passar para o taxista, você pode pedir por favor para que ele me leve até algum hotel super barato, por favor.
Ian respondrau à Beca, mas seu poder de raciocínio havia deixado seu corpo cerca de um minuto atrás.
- Ian, preste atenção! - Falou Beca, despertando o rapaz de algum mundo muito distante de tal realidade que estava presenciando. - Eu vou pedir ao motorista que te deixe onde estou morando. Você está me entendendo, Ian? - Perguntou Beca, certificando-se de que o rapaz estava acompanhando sua fala. 
Ian respondia mais com gestos do que com a própria audição, mas Beca pode ouvir um "ahan" ao fundo.
- Há uma chave enterrada na areia do casa - continuou Beca - em frente a porta da casa, use-a para entrar, entendeu? - Perguntou Beca. - Me passe para o taxista. - Eu preciso desligar, estou pegando minha mala, te ligo de volta daqui trinta minutos, ok? - Respondeu Beca, após dar as instruções ao motorista.
O motorista do táxi estranhou o comportamento indiferente do rapaz, mas carregava uma risada de zombaria que devia exibir a todos os turistas que não sabiam falar seu idioma.
- Is your first time here? - Perguntou o motorista, querendo saber se era a primeira vez de Ian por ali, obviamente ele queria testar o nível de conhecimento do rapaz quanto ao seu idioma.
Talvez num momento de sobriedade Ian teria dado uma resposta mais coerente, mas tudo o que pode responder foi: "no, thanks" que na verdade queria dizer "não obrigado". O motorista soltou uma larga gargalhada e ligou o taxímetro rumo, acelerando rumo à casa de Beca.

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